Crítica do espetáculo Navalha na Carne, da Cia Nó ao Vento, de S.Paulo

  O Rasgo da Navalha

Peça realista e cruel, é o recorte de uma noite na vida da prostituta Neusa Sueli, do cafetão Vado e do homossexual Veludo. Clássico da dramturgia nacional, e muitas vezes montada, a Cia Nó ao Vento faz uma montagem direta, rápida e simples, calcada na força das palavras de Plinio Marcos.


Eder Soares e Rita Brafer, que interpretam Vadinho e Neuza imprimem com facilidade o clima marginal do texto, com excelentes performances, mas ainda parecem inseguros para a violência exigida nas cenas, precisam abusar mais da sexualidade vulgar de seus personagens, Eder tem no olhar uma promessa de grande ator. Mas é Admir Calazans com seu Veludo que sacode aquele barraco, imprime humor, miséria e modernidade a obra de 1967, Veludo é deliciosamente provocante e provocador e seu interprete tira a montagem do lugar comum e acrescenta a ela uma interpretação genial. Mas, mesmo mais de 40 anos depois, Plinio ainda inspira grandes cias de teatro. Evoé.

Comentários

Admir Calazans disse…
Valeu galera...teatrar, teatralizar, vamos tocando em frente.Obrigado pelas palavras....Navalha na carne é uma viagem através das veias!

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