Acredite se quiser: Bin Laden ganhava a vida como poeta e intérprete de sonhos

"Os cavaleiros da glória descansaram no abraço da morte/ Agarraram as torres com mãos de fúria e as rasgaram como uma torrente." Os versos descrevem os atentados do 11 de Setembro de 2001, em que o World Trade Center foi esfacelado e 2.977 pessoas morreram nos EUA. O impensado poeta é ninguém menos que Osama bin Laden, líder da rede Al Qaeda, responsável por aquele ataque.

Que militantes de organizações terroristas muçulmanas escrevam versos é algo que a princípio foge da rima. Trata-se, afinal, de fanáticos que decapitam pessoas ajoelhadas na areia quente ou aceleram automóveis contra pedestres em vias públicas, como fez um deles dias atrás, em Barcelona.

No entanto, há bastante atividade artística entre extremistas, argumentam os autores do livro recém-publicado "Jihadi Culture: The Art and Social Practices of Militant Islamists" [Cambridge University Press, 284 págs., R$ 104,90, R$ 31,28 em e-book] (cultura jihadista: as artes e as práticas sociais de militantes islamitas).

Para os autores, as preocupações de pesquisadores e governos ainda se limitam à doutrina das milícias radicais, mas seria importante mapear seus versos e cânticos, sua tradição de interpretação de sonhos e seu costume de chorar em público.

A obra, em alguma medida provocadora, reúne artigos acadêmicos editados pelo norueguês Thomas Hegghammer, uma das referências para os estudos sobre jihadismo. Os oito capítulos mapeiam a poesia composta por extremistas, bem como seus hinos, sonhos, filmes e rituais.

"Há esse contraste entre a reputação brutal dos terroristas e as atividades leves às quais se dedicam", diz Hegghammer em entrevista à Folha. "É muito contraintuitivo e diferente das culturas militares que conhecemos. Nos nossos Exércitos, existem normas sobre comportamentos apropriados a um soldado, e a poesia não está entre eles."

Se combatentes europeus escreveram seus versos nas trincheiras durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, isso era feito discretamente. "Nesses grupos radicais, a poesia é explicitamente encorajada. É uma atividade bastante central para sua cultura", afirma.

Ainda são escassos os estudos sobre a produção cultural de membros da rede Al Qaeda e do Estado Islâmico, e suas coletâneas seguem inéditas. Em parte, diz Hegghammer, porque as atividades artísticas dos fundamentalistas sempre foram vistas como ideologia e doutrina –ideias, não emoção. "Em determinado momento, passei a pensar nisso e percebi que são algo diferente, mais estético." aqui o resumo do post Digite aqui o resto do post

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