"Trem Bão!"
Crítica de "E Toda Vez Que Ele Passa Vai Levando Qualquer Coisa Minha", da Cia Delirvun Teatro e Dança, de São Simão-SP, Direção de João Butoh.
Com uma estrutura de espetáculo de dança, mas sem dança, a cia. de S.Simão contou uma história, apesar de não ter uma palavra, muito clara. Situações de uma vida de espera, um trem que leva sentimentos, pessoas e histórias. Com um grupo formado exclusivamente por atores de terceira idade, o diretor João Butoh, acostumado a nos apresentar espetáculos orientalizados, não fugiu de seu habitat natural, mesmo sem a verticalidade do Butoh, do Nô, a peça fazia vertes de um teatro oriental, ou pelo menos um esboço dele. "E Toda Vez..." segue numa trilha musical constante, num ritmo lento e acaba decrescendo.
O excesso de imagens encenadas acaba supervalorizando as expressões e gestos dos atores, evidenciando a experiência de vida deles, mas tb a inesperiência no palco, fazendo com que qualquer erro, inadaptação ou dificuldade fique maior do que realmente é. O silêncio faz falta no espetáculo, assim como a voz de cada personagem, ou quaisquer sons que pudessem vir deles.
Com uma qualidade visual inegável, figurinos e adereços belíssimos, e uma emocionante busca de um teatro verdadeiro, a cia fez um expressivo e forte momento teatral no Fringe. O tempo, ou um trem leva da gente muitas coisas, e o teatro muitas vezes as devolve, ou nos ajuda a olhá-las com menos distâcia. "E Toda Vez..." nôs faz sair suspirativos desta estação de trem.
Com uma estrutura de espetáculo de dança, mas sem dança, a cia. de S.Simão contou uma história, apesar de não ter uma palavra, muito clara. Situações de uma vida de espera, um trem que leva sentimentos, pessoas e histórias. Com um grupo formado exclusivamente por atores de terceira idade, o diretor João Butoh, acostumado a nos apresentar espetáculos orientalizados, não fugiu de seu habitat natural, mesmo sem a verticalidade do Butoh, do Nô, a peça fazia vertes de um teatro oriental, ou pelo menos um esboço dele. "E Toda Vez..." segue numa trilha musical constante, num ritmo lento e acaba decrescendo.
O excesso de imagens encenadas acaba supervalorizando as expressões e gestos dos atores, evidenciando a experiência de vida deles, mas tb a inesperiência no palco, fazendo com que qualquer erro, inadaptação ou dificuldade fique maior do que realmente é. O silêncio faz falta no espetáculo, assim como a voz de cada personagem, ou quaisquer sons que pudessem vir deles.
Com uma qualidade visual inegável, figurinos e adereços belíssimos, e uma emocionante busca de um teatro verdadeiro, a cia fez um expressivo e forte momento teatral no Fringe. O tempo, ou um trem leva da gente muitas coisas, e o teatro muitas vezes as devolve, ou nos ajuda a olhá-las com menos distâcia. "E Toda Vez..." nôs faz sair suspirativos desta estação de trem.
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